terça-feira, 27 de novembro de 2007

As meninas de Salém

Ser bruxa está na moda. De uma hora para outra, muitas pré-aborrecentes resolveram usar um pentagrama no pescoço, vestir roupas escuras e declarar que podem transformar qualquer um em sapo. Elas acordam, se olham no espelho e dizem: “sou wiccan”. Nesse mesmo instante, a mãe começa a chorar na cozinha, pedindo a Deus para que sua filha volte a brincar com a Barbie. Em vão. Com apenas doze anos, ela acredita ser a representante do satanismo na Terra.

Quem ainda não sabe o que é um pentagrama pode fechar os olhos e imaginar uma estrela de cinco pontas entrelaçada dentro de um círculo. Bem, essa estrela nada mais é do que um homem dentro do útero da deusa. Tudo simbolizando a vida. Na contramão, a menina devidamente matriculada no ensino fundamental associa a marca aos seres do mal e começa a treinar a meia-embreagem na vassoura.

Reconhecer essas “wiccans de shopping” não é muito difícil. Até porque elas misturam várias referências de caminhos religiosos diferentes, tentam ficar bem parecidas com o padrão de magia negra proposto pela Disney e o pior: fogem da luz, o que nos permite concluir que elas não sabem a diferença entre bruxas e vampiros. Ah, além disso, essas “rainhas das trevas mirins” aceitam qualquer verdade como padrão universal, bem diferente daqueles que estudam a fundo a religião impulsionada por Gerald Gardner.

Atenção! A Wicca é uma coisa séria, não é para crianças. Segundo uma alta sacerdotisa bastante atuante em um Coven da cidade de Natal, todos os praticantes precisam ser devidamente iniciados na religião ou carimbarão o passaporte para um sistema de magia que não é a Wicca e de maneira bastante irresponsável. “Mexer com o que não conhece é muito delicado”, acredita a autoridade mais importante do grupo de iniciados. É melhor guardar o livro de magias e se dedicar à matemática.
(Octávio Santiago)

Um comentário:

Anônimo disse...

olá... venho aqui para pedir um pouco de destaque para uma tribo em especial... Fale um pouco sobre os headbangers... somos muitos e temos muita história... abraço...