quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Tribo Urbana, uma marca jovem


Tribos, num conceito antropológico, são formas de organização social amplas, são alianças entre aldeias, linhagens ou clãs. Hoje, entre os indivíduos da sociedade pós-moderna, essa palavra é usada também como metáfora, para designar tribos urbanas.

Fugindo do conceito real de tribo, de se tratar de organizações amplas, as tribos urbanas são grupos sociais pequenos que se caracterizam por seus componentes terem muito em comum: gosto musical, vestuário, linguagem e, até mesmo, filosofias de vida. Essas tribos são mais comuns no dia-a-dia dos jovens, que procuram formas de se conhecerem e se encaixarem na sociedade. O principal fator para o surgimento desses micro-grupos é a necessidade de diferenciação numa sociedade que está, cada vez mais, fadada a ser tornar homogênea, através do apelo ao consumo e padronização dos gostos, impostos pela mídia.

Cada tribo, por possuir características distintas, serve de modelo de estilos de vida e fazer parte de uma delas significa ter uma identidade pré-definida. Essas características, por as vezes serem peculiares, podem acabar despertando curiosidade ou até mesmo o preconceito por quem está “de fora”.

Emos, punks, anarcopunks, rappers, patricinhas e mauricinhos, clubbers, nerds, hippies, wiccas, skinheads, indies… Cada uma tem uma denominação diferente e servem como uma forma de socialização do indivíduo, usando a semelhança como forma de diferenciação.



(Maria Emília Tavares)

Skinheads




Os primeiros skinheads (“cabeças peladas”) surgiram em 1967 com grupos de jovens, normalmente da classe operária, que vestiam botas e suspensório e andavam sempre em bandos nos encontros de músicas jamaicanas e tinham o cabelo curto ou raspado que os denomiram dessa forma, mas tiveram seu auge em 1969, o chamado “Spirit of 69” regado a muito reggae e ska.

A segunda geração dos skinheads veio juntamente com o movimento punk, em meio aos ideais de “Do it yourself”, alguns arquistas e anti-capitalistas. Ai não mais se aplicava as músicas jamaicanas e sim o punk-rock, a promoção de badernas e brigas para enfrentar o sistema.
Os skinheads ganharam notoriedade nos jornais e na cultura popular da época por muitos deles promoverem confrontos nos estádios de futebol, os hooligans, e alguns deles participarem de agressões contra imigrantes paquistaneses e asiáticos, mesmo sem serem nazistas já que muitos dos pais desses cabeças peladas lutaram contra os nazistas.

O movimento começa seu declínio na década de 80 com a fragmentação de grupos de ideais opostos, muitas confusões em busca da verdadeira unidade da cultura skinhead como: Esquerdistas x Direitistas x Anarquistas, Racistas x Não-Racistas, Politizados x Apolíticos e tantas outras ideologias diferentes que se confrontavam não só ideologicamente, mas também fisicamente.


(Marcius Melo)

Grunges, de Seattle para o mundo



Grunge é o nome dado ao movimento musical de Seattle no fim dos anos 80, um movimento que se diferenciava do Rock que era tocado na época. Grunge (“Sujo” em inglês) é o nome dado pela mídia e adaptado pelo público a essa explosão de banda vindas de Seattle e suas proximidades e chegando a todos os cantos do mundo só que como um comportamento e não como um movimento musical.

O grunge foi assimilado pela juventude graças ao seu simples caráter desafiador, que era uma provocação às normas da cultura popular da época, as ideologias marcavam e o movimento foi visto por muitos como dominada por corporações e superficial. Drogas, bebidas, depressão, nostalgia, cabelos descuidados, rebeldia, enfim, todas as características consideradas anormais eram bandeiras levantadas pelos jovens que ingressaram nesse movimento, porém nada comparado ao movimento punk e sim um novo movimento tendo como ídolo o Kurt Cobain, vocalista do Nirvana.

O grunge teve pouco tempo de vida, pois começou a acabar em 94 com o suicídio de Kurt Cobain (ídolo-mor do movimento) com um tiro na cabeça, isso após mais de 10 tentativas de suicídio por overdose de heroína.






(Marcius Melo)

Indies, a tribo alternativa

Na verdade a origem da tribo indie está no estilo musical apelidado de indie rock, que acabou determinando o grupo que curte esse tipo de música. O indie rock (rock independente em inglês) caracteriza bandas que não são lançadas por grandes gravadoras. É uma espécie de rock alternativo, cujas letras remetem ao dia-a-dia urbano da juventude contemporânea, problemas de adaptação à sociedade, timidez e a complexidade dos relacionamentos humanos.

O grande boom do indie rock foi nos anos 90, na Inglaterra, com bandas como Placebo, Oasis e Blur, que ganharam as paradas de sucesso em vários países. Após alguns anos de molho, o estilo musical ressurge com as bandas americanas The Strokes e White Stripes. Atualmente, as bandas que melhor representam esse cenário são: Arctic Monkeys, Franz Ferdinand, The Killers, The Racounters e Bloc Party.

Cruzar com um indie na rua e não identificá-lo é quase uma façanha, pois essa tribo segue à risca o padrão de se vestir, falar, gosto musical, etc. Por isso, se você não é indie e não sabe quais são as principais características de um, fique atento ao MANUAL ‘COMO RECONHECER UM INDIE’ e aprenda:

1. Pra começar, preste atenção no que o indivíduo está vestindo: os meninos não dispensam suas calças jeans coladas, camisetas pólo e tênis All Star branco ou vanc sleep on quadriculado. Óculos de aros grossos são marca registrada, aliados a um corte de cabelo de preferência feito em casa mesmo, é mais ‘’cool’’. Adoram buttons e os colocam onde puderem: na camiseta, na mochila, etc. Gostam de tênis e abrigos Adidas e muitos se inspiram nos músicos do Franz Ferdinand e dos The Strokes. As meninas também não dispensam as calças apertadas, os óculos estilo Velma Dinkley, cinto com estampa de zebra/onça ou de rebite. Elas usam maquiagem carregada, pintam as unhas de vermelho, curtem faixinhas de cabelo e se inspiram nas cantoras Lilly Allen, Amy Winehouse e as do Cansei de Ser Sexy.
2. Se a pessoa corresponder aos requisitos citados, ela certamente pertence à comunidade, mas se você quiser se certificar, analise seu comportamento. Indies gostam de demonstrar intelectualidade, ser alternativos e descolados. Diferentemente dos chamados emos, os indies preferem não demonstrar suas emoções, mas gostam de parecer ‘’entediados’’ e se dizem ‘’blasé’’ (que significa indiferente, insensível...). Muitos dizem sofrer de depressão ou ainda da chamada bipolaridade, que consiste em ser antipático durante uma metade do dia e blasé na outra. Eles não têm o menos receio de serem vistos fumando ou bebendo, pelo contrário, acham bacana essa onda e no outro dia gostam de postar fotos na Internet em Orkut e flogs/blogs. Usam também um linguajar de travestis, com gírias do tipo ‘’Tchau beijosmeliga’’, ‘’Tchau beijosmeligadenovo’’, ‘’Acho assim, suuuper tendência’’, ‘’Prontofalei’’, ‘’Acho digno’’, além de ‘’mainstream’’, ‘’popmente delicious disco’’ e provocações como ‘’você é um tesão’’ e ‘’pega na minha benga’’.
3. Se depois de prestar atenção na maneira de se vestir e de se comportar você quiser a prova concreta, o atestado de indie do sujeito, pergunte qual sua banda preferida. Se a resposta for algum nome estranho do qual você nunca tenha ouvido falar, pronto. Está aí a comprovação máxima. Indie que é indie é alternativo em tudo.

Mais influências indie:
The Arcade Fire/ HelloGoodbye/ Yeah Yeah Yeahs/ The White Stripes/ The Strokes/ Franz Ferdinand/ Bonde do Rolê/ Cansei de Ser Sexy/ The Clash/ Placebo/ Garbage/ Montage/ Depeche Mode/ The Cure/ The Smiths/ New Order/ Björk.
(Heloisa Guimarães)

Os manos e as minas sangue bom



Normalmente são marginalizados por seu estilo, atitudes e gírias. Sua origem pobre associa ainda mais preconceitos, porque para o senso comum favelado é tudo maconheiro, e maconheiro transgride toda moral e ética social. Mas isso não passa de puro preconceito com essa imagem, quantos rappers estão associados às causas nobres, garantindo um futuro melhor e diferente para os quase integrantes da máfia narcótica. Um grande exemplo disso é o rapper MV Bill, um dos fundadores da Central Única de Favelas, a CUFA, que é responsável por várias atividades sócio-educativas realizadas em várias favelas, entre elas a Liga Brasileira de Basquete de Rua.

Muitos filmes já retrataram a dinâmica dessa tribo, mostrando a vida tiranizada do morro, sendo o mais recente o truculento, porém verdadeiro Tropa de Elite. É horrível acreditar, mas é impossível deixar passar que a maioria desses integrantes esteja entregue ao vício mortal das drogas. Mas ainda vale a pena excluir os que estão por fora dessa segregação e dar parabéns a eles por isso e também por querem mudar a fatídica realidade, passando a verdadeira filosofia dos rappers para as crianças, que é o “Movimento ferramenta de integração social e mesmo de ressocialização de jovens das periferias no sentido de romper com essa realidade”.
(Sabrina Rangel)

Tudo do bom e do melhor

Grupo dos arrumados, porém nojetinhos, Patricinhas e Mauricinhos dominam a comunidade do high society, bom pelo fingem. Por primarem pela aparência não pode se esperar muito de sua filosofia de vida que é “Aproveitar a vida ao máximo com tudo que o dinheiro pode comprar. Gostam de mostrar posição, viagens, propriedades e influência”. Sem falar de suas prioridades que são comprar roupas de griffe, perfumes caros, ter cabelo alinhado e falar no celular, e viver nos cantos ditos badalados, sem dispensar o shoppings aos domingos. Daí já retira-se que seus verbos regentes são consumir, ter e ,principalemente, aparentar, quando não englobam também o humilhar no seus vocabulário.

Para conferir na prática essa tribo, sugere-se que assistam o mantra dela que são os filmes: As Patricinhas de Beverly Hills (1995) e Legalmente Loira (2001 / 2003). Sem falar dos seriados The O.C e Gossip Girl, ambos da Warner Channel, que retraram a vida dos ricos, juntamente com seus dramas diários da aparência, associados ao comportamento e aos julgamentos entre eles.

Só vale ressaltar que com tantas coisas para se preocupar, por que dar tanta importância para aparência ? Isso tudo confere a padronização de futilidade desse grupo, não havendo o porquê de não englobá-los nisso. Ora, tá certo que é bonitinho e, até mesmo, engraçado, ver essas meninas e rapaizinhos brincando de Barbie e Ken, mas é saturante diante dessa crua realidade que vive quase toda a sociedade.


(Sabrina Rangel)

muito Punk!

O punk surge nos Estados Unidos por volta de 1975 como uma manifestação cultural juvenil: um modismo cujo interesse era a afirmação de uma personalidade ou estilo, não envolvendo intencionalmente questões éticas, políticas ou sociais. Caracterizado quase que totalmente por um estilo baseado em música, moda e comportamento. A ironia, interesse pelo grosseiro e o ofensivo, valorização do “faça-você-mesmo”, reutilização de roupas e símbolos já conhecidos em um novo contexto bizarro, crítica social, desprezo pelas ideologias, políticas ou morais, e pessimismo - somado ao estilo empolgante do punk-rock definiram a primeira encarnação do que hoje entendemos como cultura punk.


A partir do início da década de 70 o conceito de cultura punk adquiriu novo sentido com a expressão movimento punk, que passou a ser usada para definir sua transformação em tribo urbana, substituindo um conceito de atitude individual e cultural pelo conceito de movimento social propriamente dito: a aceitação pelo indivíduo de uma ideologia, comportamento e postura suposta comum a todos membros do movimento punk ou ramificação/submovimento que ele pertence. O movimento punk é uma forma mais ou menos organizada e unificada, com o intuito de alcançar objetivos —seja a revolução política, almejada de forma diferente pelos vários subgrupos do movimento, seja a preservação e resistência da tradição punk, como forma cultural deliberadamente marginal e alternativa à cultura tradicional vigente na sociedade ou como manifestação de segregação e auto-afirmação por gangues de rua. Apesar de atualmente o conceito movimento punk ser a interpretação mais popular de cultura punk, nem todos indivíduos ligados a esta cultura são membros de um grupo ou movimento.

(Larissa Cardoso)

Hippies: rebeldia, paz e amor






Em todas as épocas, sempre se ouviu falar em rebeldia. Mas nada que se comparasse ao que aconteceu nos anos 60. Um forte idealismo, um potencial criativo e um desejo de mudança na sociedade, motivava os jovens da época e marcou o surgimento de uma das tribos de maior repercussão no mundo inteiro, os hippies.

O primeiro passo aconteceu com um festival em São Francisco, nos EUA, em meados da década de 1960, quando uma comunidade urbana chamada The Family Dog organizou o primeiro festival de rock da cidade, realizado em 16 de Outubro de 1965. E depois disso, São Francisco nunca mais foi a mesma. O antigo bairro boêmio North Beach deu lugar a esquina das ruas Haight com Ashbury, um velho gueto que os jovens transformaram em uma comunidade redecorando-o com corres psicodélicas, incenso, roupas e jóias ocidentais e muita identidade e determinação.



Mas o boom só ocorreu mesmo no verão de 1967, quando rolou em São Francisco outro festival de música que marcou a história de uma geração. O rock and roll de grupos como The Mamas and The Pappas, David Bowie e The Doors tomou espaço nas mentes e filosofias dos jovens daquela época. A cidade se tornou o centro daqueles que viviam em busca de novas possibilidades: estilos de vida que pregavam a abolição das barreiras sociais e o fim das batalhas no Vietnã, que realmente acreditavam que o futuro poderia ser melhor do que o presente era.

O termo derivou da palavra em inglês hipster, que designava as pessoas nos EUA que se envolviam com a cultura negra. Em 6 de setembro de 1965, o termo hippie foi utilizado pela primeira vez, em um jornal de São Francisco. Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a sociedade e a pôr em causa os valores tradicionais. Os hippies defendiam o “amor livre” e a “não violência”.


Como grupo, os hippies tendiam a usar cabelos e barbas mais compridos do que o considerado "elegante". Muita gente não associada à contracultura, considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por os acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher".

Foi quando a peça musica Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros urbanos tradicionais.

Os Hippies não paravam de fazer protestos contra a Guerra do Vietnã, cujo propósito era acabar com ela. A maioria eram soldados que voltaram depois de ter contato com os Indianos, que a partir disso, se inspiraram na religião e no jeito de viver para protestarem. Seu principal símbolo era o Mandala(Figura circular com 3 intervalos iguais).


(Hugo Andrade)

Drag Queens, rainhas do exagero


As Drag Queens são homens que se mascaram como sendo do sexo feminino para fazer shows e apresentações. Essa tribo é caracterizada pelo seu modo de vestir-se com exageros nas roupas, maquiagem e estilo de se apresentar, com performances muito bem humoradas.

Vale ressaltar que uma drag queen nem sempre será um homossexual, apesar de não ser muito comum, algumas são heterossexuais. Por esse motivo Drag Queens não podem ser confundida com travestis. Alguns têm como drag queen uma profissão, outros como estilo de vida.
(Sílvia Miranda)

Emos: rebeldia punk misturada ao amor hippie

Eles geralmente têm entre 12 e 18 anos, possuem um estilo de roupa que é nada mais do que uma mistura de rebeldia com inocência, adoram usar lápis de olho e o cabelo liso com uma franja além dos olhos são as maiores marcas das pessoas dessa tribo. Além de curtirem as bandas Simple Plan, My Chemical Romance, Fresno e NX-Zero . Os Emos, umas das tribos urbanas mais conhecidas do momento, estão fazendo a cabeça dos adolescentes do século XXI.

Aqui, no Brasil, a maioria dos participantes dessa tribo são jovens de classe média/alta que estudam em escolas particulares e têm acesso a Internet diariamente. Isso se deve, principalmente, ao fato de que a rede é o local de maior disseminação da cultura emo.

A palavra EMO deriva de “emotional hardcore”, uma vertente do punk que, ao invés da música pesada, utiliza letras românticas e que, na maioria das vezes, falam do cotidiano dos adolescentes, com temas que vão desde paixões não correspondidas até conflitos familiares.

Os Emos não têm vergonha de mostrar seus sentimentos e são totalmente destituídos de preconceitos sexuais. “Um emo pode ficar com qualquer pessoa, tanto com homem quanto com mulher”, diz Ruan Alves, adolescente de 18 anos, EMO desde os 14. Segundo a psicóloga Monique Leitão, expressar os sentimentos de forma mais clara não chega a ser prejudicial, “tem a ver com a idade que eles estão vivendo”.

Andar em grupos é uma característica muito forte desse grupo,e as palavras “Eu te amo” são ditas em todas as ocasiões, onde todos se gostam e a violência não é bem vinda entre eles. “Em determinadas idades, a formação de grupos é mais comum. E apesar das diferenças individuais, as pessoas se identificam e formam grupos”, explicou Monique.

Não ligar para os preconceitos, nem para a opinião dos outros, é regra entre eles. “Tem gente que não gosta de mim por causa do meu jeito e às vezes fico triste e até choro, mas depois deixo pra lá e acho até legal, porque dessa forma, sou visto pelos outros.”, desabafou Ruan. Outro caso é o do Dinho, emo desde os 10 anos, o qual fala que também não se importa: “Meus amigos me aceitam do jeito que eu sou, mas minha família não gosta muito, inclusive meu pai”.

“Jovens gostam de chamar atenção, de serem diferentes. E o EMO consegue isso. Eles possuem uma identidade particular!”, finaliza a psicóloga.

(Hugo Andrade)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Clubbers, yeah!

O movimento clubber foi descoberto na Inglaterra, mas teve início mesmo nos Estados Unidos com o advento da música eletrônica. Os clubbers são conhecidos por seu estilo, que envolve roupas bastantes berrantes e “cheguei” como o laranja, amarelo fluorescente além de roupas chocantes em tons de rosa e verde. São caracterizados por usarem piercings, colares, pulseiras e inúmeros acessórios, além de pintar o cabelo de diversas cores. Mas é a música eletrônica o fator mais importante do movimento clubber.

A principal ideologia de um clubber é a curtição a cima de tudo. Fazem o que têm vontade, vestem o que tiver vontade, vão a boates, dançam muito, e nunca se esquecem de curtir, curtir e curtir. Além disso, os clubbers zelam pelos seus quatro elementos morais: paz, amor, unidade e respeito.



(Sílvia Miranda)

Nerds. Quem eles são?



Geralmente, quando pensamos em um nerd, logo nos vêm à cabeça uma pessoa de óculos, muito magra ou muito gorda, com roupas antiquadas, que só pensa em ler, estudar, que só sabe olhar pra livros e que não se diverte. De certa forma, estamos certos segundo o dicionário Merriam-Webster, que documentou pela primeira vez a palavra ‘Nerd’ para designar uma criatura no livro 'If I Ran the Zoo' (1950), do psicólogo Dr. Seuss (Theodor Geisel): nesse dicionário, ‘nerd’ definiria uma pessoa socialmente inepta ou alguém dedicado de maneira quase escrava às atividades intelectuais ou acadêmicas. Porém, hoje sabe-se que eles são muito sociáveis quando se sentem confortáveis no ambiente e seu modo padrão na aparência na verdade não há. Os nerds, segundo Lewis Skolnick (Robert Carradine), o personagem principal do filme 'A Vingança dos Nerds' (1984), são 'pessoas que não têm vergonha de se assumir como são', ou seja, que não estão nem um pouco preocupados com o que as outras pessoas vão pensar deles.

Apesar de tudo, os nerds não são muito facilmente reconhecidos no dia-a-dia, pois, diferente de outras tribos, não têm um estilo claramente reconhecível à primeira vista. Eles não curtem os mesmos tipos de música e nem todos freqüentam sempre os mesmos lugares; a não ser que pertençam a algum dos sub-grupos, como o Geek (são aqueles cujo interesse volta-se especialmente para a tecnologia e informática), os Trekkers (são os fãs de Star Trek), os Gamers (são os viciados em jogos eletrônicos), e os Otakus (pessoas que são viciadas em determinadas coisas e vivem para isso. No Japão, geralmente quem é Otaku é rejeitado pela sociedade e muitas vezes pela própria família. Já no Brasil, essa palavra foi designada apenas à fãs de animes e mangás, sendo que alguns seguem a definição japonesa de viver pelo vício e outras apenas gostam).

Enfim: os nerds hoje no mundo são reconhecidos pelo esteriótipo criado e divulgado tanto em filmes quanto em desenhos animados; o que, na verdade, não corresponde à realidade em geral, e acaba, infelizmente, gerando uma limitação de visão sobre as pessoas que se encontram nesse perfil. É preciso saber que os nerds são pessoas tão variadas em seus gostos quanto quaisquer pessoas são variadas entre si. Alguns exemplos de nerds conhecidos globalmente: Bill Gates, Kevin Smith, Steven Spielberg.


(Mariana Rocha)

As meninas de Salém

Ser bruxa está na moda. De uma hora para outra, muitas pré-aborrecentes resolveram usar um pentagrama no pescoço, vestir roupas escuras e declarar que podem transformar qualquer um em sapo. Elas acordam, se olham no espelho e dizem: “sou wiccan”. Nesse mesmo instante, a mãe começa a chorar na cozinha, pedindo a Deus para que sua filha volte a brincar com a Barbie. Em vão. Com apenas doze anos, ela acredita ser a representante do satanismo na Terra.

Quem ainda não sabe o que é um pentagrama pode fechar os olhos e imaginar uma estrela de cinco pontas entrelaçada dentro de um círculo. Bem, essa estrela nada mais é do que um homem dentro do útero da deusa. Tudo simbolizando a vida. Na contramão, a menina devidamente matriculada no ensino fundamental associa a marca aos seres do mal e começa a treinar a meia-embreagem na vassoura.

Reconhecer essas “wiccans de shopping” não é muito difícil. Até porque elas misturam várias referências de caminhos religiosos diferentes, tentam ficar bem parecidas com o padrão de magia negra proposto pela Disney e o pior: fogem da luz, o que nos permite concluir que elas não sabem a diferença entre bruxas e vampiros. Ah, além disso, essas “rainhas das trevas mirins” aceitam qualquer verdade como padrão universal, bem diferente daqueles que estudam a fundo a religião impulsionada por Gerald Gardner.

Atenção! A Wicca é uma coisa séria, não é para crianças. Segundo uma alta sacerdotisa bastante atuante em um Coven da cidade de Natal, todos os praticantes precisam ser devidamente iniciados na religião ou carimbarão o passaporte para um sistema de magia que não é a Wicca e de maneira bastante irresponsável. “Mexer com o que não conhece é muito delicado”, acredita a autoridade mais importante do grupo de iniciados. É melhor guardar o livro de magias e se dedicar à matemática.
(Octávio Santiago)